sexta-feira, 18 de abril de 2008

Dias do Avesso

Sempre que preciso da palavra avesso, imediatamente me vem à cabeça a expressão "dias do avesso". Não faço a menor ideia do porquê desta associação, não sei se é o nome de algum livro, o título de um poema... enfim, não sei!

Mas a razão de eu pensar na palavra avesso nada tem a ver com os dias. Graças a Deus! Até que os meus dias andam direitinhos... Não, este avesso tem a ver com ponto de cruz. Para quem gosta de ponto de cruz, de certeza que já está a sorrir por saber ao que eu me refiro. Quem não gosta, ou nunca pensou em ponto de cruz, deve estar a pensar que lhes preguei uma partida. Paciência!

Há uns anos atrás, uma amiga e colega de profissão, por quem eu tenho um carinho imenso, ensinou-me a fazer ponto de cruz. Já antes me tinha ensinado arraiolos e aqui até que nem me saí mal. Ainda hoje uso uns tapetes que na altura fiz.
Mas em relação ao ponto de cruz, a história é outra. A primeira coisa que fiz foram uns individuais, que acabaram por ser uma prenda de aniversário para a minha prima B., e não tenho qualquer sensação do trabalho ter sido complicado, nada disso. Depois disso apenas iniciei uns trabalhos (não sei se ainda há à venda), que são uns kit's de ponto de cruz. Trazem a peça a bordar, as linhas, as agulhas e o motivo. Mas isso ficou por terminar.

Há umas semanas atrás, comprei uma revista que trazia coisas lindas em ponto de cruz. Como estava entre tricotes, lembrei-me de procurar o tal trabalho. Ainda não tinha quase nada feito. Então lá comecei eu com o meu trabalho em ponto de cruz. Segui as orientações que o kit trazia e aquilo foi tomando forma. Já depois de ter terminado uma peça e de estar a meio de outra, eu pensei: "Não sei porque desisti disto, é tão fácil e giro...". E, eis, que se fez luz!
"-O ponto de cruz é como os arraiolos! A perfeição do trabalho vê-se do avesso!"
A medo, virei o meu trabalho. Era um labirinto! Claro está, eu tinha metido a linha por onde me dava jeito. Não estava minimamente preocupada com o aspecto daquilo por trás, apenas pela frente. À frente cruzava, mas atrás.... era o caos.

E recordei.... Recordei o porquê de ter desistido do ponto de cruz! Era muito difícil fazer tudo certinho de forma a que atrás ficassem apenas pontos na vertical. :P

A partir dessa altura, comecei a ter mais cuidado, mas como a prática é nenhuma, tive de continuar a aldrabar. Mas só um bocadinho. :) Mas também, como podia eu fazer o lenço???? Ora vejam. Como podia eu ficar com o avesso perfeito com aquelas nicas no lenço?

Estão a ver aqueles pontinhos brancos no lenço? Como fazer sem a linha cruzar de um lado para o outro?

Pelo direito até que não está mal, pois não? Não, não tirei nenhuma foto ao avesso! :D

E aqui está o conjunto: um avental, um saco de pão e uma pega terminados passados "praí" 7, 8 anos?!

Talvez o ponto de cruz tenha voltado para ficar, mas uma coisa é certa, tão cedo não voltarei a fazer galinhas!


Nota:

Hoje voltei ao Bom Jesus. Não sei se se deram conta do mau tempo que esteve esta noite. Eu dei! E esteve mesmo muito mau. Mal comecei a subir o escadório, comecei a ver ramos partidos no chão, mas conforme subia, maior era a quantidade e o tamanho. Mas onde me apercebi de como lá devia ter estado assustador, foi já na mata, quando me deparei com este espectáculo:

Era uma árvore muito grande, com grandes raízes cá fora...

- De todas as capelinhas, esta é a minha favorita! Adoro o musgo do telhado. É tão verde... e enquadra-se tão bem com a paisagem... :)

3 comentários:

Tereclopes disse...

Isso é um questão de prática, para a próxima o avesso já sai melhor vais ver...

CrisB disse...

Querida Tricotes, antes de te responder no meu blog, quis vir aqui agradecerte as palavras de conforto que lá deixaste. Quase que chorei a lê-las, e olha que é dificil fazerem-me chorar.
Do fundo do coração, muito obrigada por estares aqui ao pé de mim.
Falando de ponto de cruz, comecei a aprender a bordar ainda não tinha seis anos. A minha mãe foi costureira, viviamos no campo, não havia meninos para brincar, e então a minha mãe entretinha-me a aprender a bordar. Eu, sempre muito entusiasmada, aprendia com grande avidez e queria sempre fazer mais e mais. Durante estes anos todos, bordei muita coisa, alguns quadros que tenho em casa fui eu que fiz, enfim, boas recordações de quando tinha tempo para me sentar umas horas. Agora isso é dificil, mas ás vezes sinto saudades. isto para te falar no "avesso" do ponto de cruz, que foi uma coisa que a minha mãe fazia questão que eu fizesse bem. E olha que não é assim tão dificil. Primeiro fazes o meio ponto e depois voltas para trás a cruzar. Não faças , por ex., uma carreira e fechas. No caso da tua galinha, podes fazer todo o verde em meio ponto, em alguns pontos tens que fechar o ponto, mas fazes até ao fim, depois voltas para trás a cruzar. Grande confusão que eu escevi para aqui, sorry.
Beijocas
Cris

CrisB disse...

Tricotes, hoje dexei um miminho no meu jardim para lá ires buscar.
Um beijinho
Cris