Interrogações...

Tenho tido muitas ao longo da minha vida. Aliás, é talvez a coisa mais constante da minha vida.

Eu fui o tipo de adolescente que se interrogava como é que estava neste mundo, qual era o sentido da minha vida, quem era eu, etc, etc...

Mas, com os anos, as interrogações começaram a ser outras.

Toda a gente já deve ter percebido como as convenções sociais nos pressionam. E, se tiverem uma idade próxima da minha, com o mesmo estilo de vida que o meu, então sentem de certeza essas pressões.

Tenho 37 anos, sou solteira, e não tenho a certeza de que quero filhos. Que tal isto para contrariar todas as convenções sociais?

Nunca tive o sonho do casamento em vestido branco com a família e amigos presentes para festejar comigo. Nunca tive o sonho de ter muitos filhos e construir uma família. (Sempre tive o sonho de ser feliz. :) )

Mas, com amigas que tiveram filhos, outras que estão grávidas, outras a casar, é óbvio que me questiono, e quase cedo à tentação de me pressionar também, para casar, para ter filhos, etc, apesar de não me conseguir visualizar nesse papel. Pelo menos, não agora.

A única coisa que eu quero, que é a mesma que sempre quis, é ser feliz, fazer coisas que me dão felicidade, e acima de tudo estar muito bem comigo. E, por incrível que pareça, só agora é que comecei a pôr-me em primeiro lugar, a deixar de lado tudo o que os outros esperam de mim, a deixar de fazer as coisas a pensar nos outros, no fundo, a cuidar de mim.

Agora, só penso em mim e naquilo que me traz felicidade. E não, esta não é uma atitude de egoísmo. Porque, como toda a gente sabe, se nós estivermos felizes, vamos ser melhores para os outros e vamos estar melhor com eles.

Então, deixei de me pressionar. É verdade, tenho 37 anos, sou solteira e não sei se quero filhos. Mas sei que adoro a minha família, o meu trabalho, os meus amigos, os meus hobbies, a minha casa, e, claro, os meus gatos. :)

Sendo assim, porquê estar preocupada com todas as convenções sociais se sou de facto uma pessoa feliz?