domingo, 24 de fevereiro de 2008

Orgulhosamente Professora!

Na quinta-feira passada senti-me, pela primeira vez em muitos anos, orgulhosa por ser professora. Depois de anos "amouchados"(como diz a minha mãe), os professores começam a levantar a cabeça e a bater o pé face às barbaridades feitas pelo Ministério da Educação. Infelizmente as barbaridades não são só impostas pelo Ministério, muitas vezes são impostas pelos próprios Conselhos Executivos das Escolas.
Na Quinta-feira passada tive reunião de departamento, que foi especialmente convocada para nos entregarem uma série de documentos referentes à avaliação. Sem querer estar a ser exaustiva, e porque quem é professor muito bem o disparate que isto é. Para quem não sabe, eu vou só dar um exemplo para mostrar a estupidez disto tudo. A coordenação da avaliação dos professores vai ser feita por um Conselho Científico, que ainda não foi formado, mas que já tem presidente. :) Todos os documentos referentes à avaliação têm de ser, por lei, elaborados por esse Conselho (que ainda não existe). Porém, foram publicadas no site do ministério algumas grelhas que já estão a ser adoptadas pelas escolas para proceder à avaliação dos professores, correndo o risco de se tornarem obsoletas.
Bem, mas como este assunto da avaliação daria pano para mangas pelas suas incongruências e disparates, vou ficar por aqui e regressar à minha reunião.
Então na Quinta-feira às 18:30 tive reunião, na qual entregaram uma série de documentos para serem analisados por nós. Esta análise teria de estar concluída na próxima Segunda-feira, para ser levada para uma reunião de Conselho Pedagógico. Ou seja, entregam-nos seis documentos, alguns deles com vários itens para serem analisados, numa Quinta às seis e meia (atenção que saímos da reunião às nove) para estarem prontos na Segunda antes das 18:30. Isto no meu departamento, porque noutro a reunião foi só na Sexta às 18:30 e o prazo para entrega da análise era o mesmo.

Ou seja, os documentos que seriam para servir de base à avaliação de uma série de profissionais, teriam de ser analisados em cima do joelho, porque não nos podemos esquecer que temos de preparar e dar aulas.
O meu departamento opôs-se quase inteiramente a esta forma de fazer as coisas. Ou seja, de 32 professores (penso eu) apenas dois não se manifestaram, todos os outros concordaram que assim não é forma de trabalhar e que não entregariam a análise nessa data.
A indignação suplantou o medo. Sim, porque o ambiente que se vive nas escolas é de medo, por isso as pessoas tentam não agitar muito. Mas na Quinta, os professores corajosamente discordaram e bateram o pé!
Para ajudar, também entrou o facto de existirem providências cautelares que suspendem o processo de avaliação até indicações em contrário. (Embora a Sinistra diga que é para continuar)

E porque a união faz a força e porque já chega de enxovalharem e de maltratarem os professores, apelo a todos que participem na MANIFESTAÇÃO NACIONAL, no dia 8 de Março (dia da mulher ;) ).


EU VOU!

1 comentário:

isabel tiago disse...

Estou solidária com os professores. É uma carreira que devia ter o prestígio de antigamente. Os professores na grande maioria foram o pilar do crescimento dos cidadãos de hoje e tem-se assistido a um constante deita abaixo de todas as classes profissionais, com grande destaque para a educação. Não sei onde vamos parar. Desde o 25 de Abril, quantos Ministros de Educação já houve e nenhum chega a lugar nenhum. Espero que a situação deste profissionais tenha resolução à vista. E que seja a melhor para bem de todos e mais dos que ainda hão-de nascer que esperam encontrar uma sociedade pacífica e em harmonia.É ASSIM TÃO DIFÍCIL?